Da série “Como não fazer Gestão de Riscos”

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Quando o desejo de atender algum requisito (seja normativo ou compulsório) ou mesmo resolver algum tema sensível de forma rápida, é o objetivo, isso pode representar uma armadilha…

As chamadas “Perspectivas” (ou dimensões, categorias, famílias) de Riscos reúnem os impactos que determinado evento pode ter em diferentes aspectos do desempenho de uma Organização

Em outras palavras, e para termos alguns exemplos de perspectivas, um mesmo evento pode trazer um impacto X na perspectiva financeira, Y na perspectiva estratégica, Z na operacional, W na satisfação dos clientes, e assim por diante.

A Norma ISO 37301: 2021 em seu anexo a 4.6 aborda a questão das diferentes perspectivas de riscos, assim como o IWA (International Workshop Agreement) 31: 2020, publicado pela ISO, em seu anexo B.

Quando uma organização opta por expressar todos os seus riscos em uma mesma “unidade de medida”, leia-se MONETIZÁ-LOS, pode estar caindo uma armadilha FATAL, uma vez que — por estarem representados na mesma unidade (moeda) — se poderia comparar riscos de diversas perspectivas, desconsiderando as particularidades de cada uma. 

O Caso Brumadinho

Um exemplo muito claro dessa armadilha é uma notícia publicada pelo Nexo Jornal em janeiro de 2020, onde é abordado a tragédia em Brumadinho — MG. 

Nessa publicação, feita 1 ano após a tragédia, consta que “R$ 622 milhões era o custo calculado pela Mineradora com possíveis sanções de órgãos públicos, em caso de ruptura e R$ 7 bilhões seria o custo para a organização caso sua imagem fosse manchada por mais um desastre socioambiental, segundo estimativa interna”.

Aqui fica claro que, quando se monetiza tudo, você perde a capacidade de tratar de forma específica cada perspectiva, colocando questões de natureza completamente diversas em uma mesma análise ou, no popular, comparar “laranjas com bananas”. 

Isso, em si, já é um problema, mas, pode se agravar quando o nível aceitável de risco também é expresso exclusivamente em termos monetários. Neste caso, será que avaliando o impacto na imagem associado a perdas de vidas humanas (independentemente do “valor” estimado) teria sido considerado aceitável? 

Para mais conteúdos sobre Gestão de Risco, acesse o nosso blog: https://atsg.com.br/blog/

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